Nós, seres humanos, sempre nos pegamos pensando naquilo que nos é mais importante: Família? Trabalho? Diversão? Realizações materiais? O quê?
A humanidade passará o resto de sua existência pensando sobre isso e chegará numa resposta única, ecoando em uníssono pelos corações e mentes atormentadas: "Tudo!".
No entanto "Tudo!" é uma resposta inacreditavelmente óbvia. Jamais poderemos ter plenamente tudo o que desejamos, ou que consideramos importante. Se alguém me pergunta hoje o que é mais importante na minha vida, respondo sem hesitar: "Minha família!". Mais precisamente minha esposa e filhos. Penso neles o tempo inteiro, como uma idéia redundante, que não me deixa por um só momento. Mas é da idéia fixa neles que vem o medo, puramente humano, de não poder dá-los aquilo de que precisam. Infelizmente, nós, seres humanos, só temos certeza de que as coisas estão bem quando podemos senti-las. Quando elas são palpáveis! Estar presente na vida daqueles que mais amamos, suprindo-os de amor, compreensão, amizade, atenção, e tudo o mais de melhor que podemos dar nunca nos mostrará o quanto isso é importante, mesmo sabendo-o. Queremos estar presentes, dar atenção, amor, carinho. Mas, ver que eles têm tudo aquilo de que precisam como estudar em uma boa escola, ter um bom carro, ver sua esposa ter aquela jóia que desejava, ou mesmo levar seus filhos à Disney é algo muito mais palpável. O coração humano vive em contradição.
Dar tudo o que desejamos, da forma como o desejamos é humanamente impossível. Pelo menos no mundo em que vivemos nos dias de hoje. A contradição mora em nossas almas, e nos corrói completamente se não soubermos lidar com ela. A contradição é cruel, e a cada vez que me vejo longe daqueles que amo, eu me sinto vazio. O trabalho e as realizações profissionais e pessoais não têm mais valor algum. Tudo fica sem cor e sem brilho, pois longe daqueles a quem amamos nada, absolutamente nada, tem sentido!
"Contradição". Essa palavra arrasa nossos corações quando percebemos que ela nos está corroendo. Tenho sentido-a como se sente a uma dor insuportável. O mal dos humanos. O mais grave deles!, ouso dizer.
Nada na vida de um ser humano é mais doloroso do que falhar! E lutamos inutilmente contra isso. Alguns poucos afortunados o conseguem, mas cite-me algum, porque eu não os conheço. Sei que existem, porque a vida seria insuportável sem que houvesse uma mínima chance de vencer a contradição. No entanto essa é uma fórmula revelada apenas a alguns raríssimos afortunados. Iremos nos arrepender, sim! Não importa as decisões que o ser humano tome. Tudo se resume ao simples fato de que cada destino que escolhermos significa abrir mão de outro que poderíamos ter trilhado. Obviamente, para cada decisão colocamos o coração à frente, porque ele sabe o que pode suportar, pensamos. Em Ciências Econômicas esse fato é conhecido como "Custo de Oportunidade", e nada mais é do que aquilo que deixamos de lado quando fazemos nossas escolhas.
A contradição se revela em cada um de nós. No momento do último suspiro de cada um, pensamos apenas duas coisas:
1 - Para aquele que escolheu suprir a família das coisas materiais: "Falhei, pois deveria ter ficado mais tempo com aqueles que amo. Tive tudo, mas não tive nada”
O trabalho nos consome, e na hora que tudo vai acabar temos a certeza de que erramos, porque nesse plano nossos corpos podem deixar de existir, mas o amor que semeamos na nossa família será eterno. Essa é uma verdade incontestável!
2 - Para aqueles que têm a família acima de qualquer coisa material: "Nunca fui ninguém na vida! Vou morrer e sequer serei lembrado. Não sou ninguém!"
Não importa o que façamos tudo é esquecido quando um homem sabe que não passou de um homem como qualquer outro. O amor foi importante, mas nos sentimos fracassados. O mundo girou, e nós ficamos para trás. Giramos com o mundo, mas não fizemos nada para o mundo girar. Pensamos. O amor que semeamos no seio da família é incontestavelmente infinito e eterno, mas o fracasso como ser humano também nos parecerá eterno. Essa é outra verdade incontestável!
Enfim o homem não consegue ser plenamente feliz. Não sabe realmente o que lhe faz feliz. Pensa que é um caminho, mas sente falta do outro. Decide-se pelo outro, mas sempre sentindo falta do um. As respostas estão além daquilo que posso compreender, mas estou a lutar dia e noite contra a contradição. Sinto-a às vezes mais forte do que eu, mas às vezes sinto as energias renovadas e estou mais forte que ela. No entanto, mesmo quando me sinto plenamente satisfeito e decidido, lembro-me que, lá no fundo da minha alma, algo está faltando. Que minhas certezas são incertezas, e que minhas incertezas são sempre certas e presentes. O coração sofre, incapaz de tomar um rumo, pois qualquer de suas decisões implicará em sofrimento. Qual dos sofrimentos será o menor: o de se decidir por um caminho, ou pelo outro. Meu coração parece olhar-me fixamente clamando por uma resposta. Eu olho-o de volta, esperando que ele me responda, mas ele está tão confuso quanto minha mente. É como andar no escuro, incapaz até mesmo de ouvir. Uma luz seria bem vinda, mas de onde ela poderia surgir... de onde..."
A humanidade passará o resto de sua existência pensando sobre isso e chegará numa resposta única, ecoando em uníssono pelos corações e mentes atormentadas: "Tudo!".
No entanto "Tudo!" é uma resposta inacreditavelmente óbvia. Jamais poderemos ter plenamente tudo o que desejamos, ou que consideramos importante. Se alguém me pergunta hoje o que é mais importante na minha vida, respondo sem hesitar: "Minha família!". Mais precisamente minha esposa e filhos. Penso neles o tempo inteiro, como uma idéia redundante, que não me deixa por um só momento. Mas é da idéia fixa neles que vem o medo, puramente humano, de não poder dá-los aquilo de que precisam. Infelizmente, nós, seres humanos, só temos certeza de que as coisas estão bem quando podemos senti-las. Quando elas são palpáveis! Estar presente na vida daqueles que mais amamos, suprindo-os de amor, compreensão, amizade, atenção, e tudo o mais de melhor que podemos dar nunca nos mostrará o quanto isso é importante, mesmo sabendo-o. Queremos estar presentes, dar atenção, amor, carinho. Mas, ver que eles têm tudo aquilo de que precisam como estudar em uma boa escola, ter um bom carro, ver sua esposa ter aquela jóia que desejava, ou mesmo levar seus filhos à Disney é algo muito mais palpável. O coração humano vive em contradição.
Dar tudo o que desejamos, da forma como o desejamos é humanamente impossível. Pelo menos no mundo em que vivemos nos dias de hoje. A contradição mora em nossas almas, e nos corrói completamente se não soubermos lidar com ela. A contradição é cruel, e a cada vez que me vejo longe daqueles que amo, eu me sinto vazio. O trabalho e as realizações profissionais e pessoais não têm mais valor algum. Tudo fica sem cor e sem brilho, pois longe daqueles a quem amamos nada, absolutamente nada, tem sentido!
"Contradição". Essa palavra arrasa nossos corações quando percebemos que ela nos está corroendo. Tenho sentido-a como se sente a uma dor insuportável. O mal dos humanos. O mais grave deles!, ouso dizer.
Nada na vida de um ser humano é mais doloroso do que falhar! E lutamos inutilmente contra isso. Alguns poucos afortunados o conseguem, mas cite-me algum, porque eu não os conheço. Sei que existem, porque a vida seria insuportável sem que houvesse uma mínima chance de vencer a contradição. No entanto essa é uma fórmula revelada apenas a alguns raríssimos afortunados. Iremos nos arrepender, sim! Não importa as decisões que o ser humano tome. Tudo se resume ao simples fato de que cada destino que escolhermos significa abrir mão de outro que poderíamos ter trilhado. Obviamente, para cada decisão colocamos o coração à frente, porque ele sabe o que pode suportar, pensamos. Em Ciências Econômicas esse fato é conhecido como "Custo de Oportunidade", e nada mais é do que aquilo que deixamos de lado quando fazemos nossas escolhas.
A contradição se revela em cada um de nós. No momento do último suspiro de cada um, pensamos apenas duas coisas:
1 - Para aquele que escolheu suprir a família das coisas materiais: "Falhei, pois deveria ter ficado mais tempo com aqueles que amo. Tive tudo, mas não tive nada”
O trabalho nos consome, e na hora que tudo vai acabar temos a certeza de que erramos, porque nesse plano nossos corpos podem deixar de existir, mas o amor que semeamos na nossa família será eterno. Essa é uma verdade incontestável!
2 - Para aqueles que têm a família acima de qualquer coisa material: "Nunca fui ninguém na vida! Vou morrer e sequer serei lembrado. Não sou ninguém!"
Não importa o que façamos tudo é esquecido quando um homem sabe que não passou de um homem como qualquer outro. O amor foi importante, mas nos sentimos fracassados. O mundo girou, e nós ficamos para trás. Giramos com o mundo, mas não fizemos nada para o mundo girar. Pensamos. O amor que semeamos no seio da família é incontestavelmente infinito e eterno, mas o fracasso como ser humano também nos parecerá eterno. Essa é outra verdade incontestável!
Enfim o homem não consegue ser plenamente feliz. Não sabe realmente o que lhe faz feliz. Pensa que é um caminho, mas sente falta do outro. Decide-se pelo outro, mas sempre sentindo falta do um. As respostas estão além daquilo que posso compreender, mas estou a lutar dia e noite contra a contradição. Sinto-a às vezes mais forte do que eu, mas às vezes sinto as energias renovadas e estou mais forte que ela. No entanto, mesmo quando me sinto plenamente satisfeito e decidido, lembro-me que, lá no fundo da minha alma, algo está faltando. Que minhas certezas são incertezas, e que minhas incertezas são sempre certas e presentes. O coração sofre, incapaz de tomar um rumo, pois qualquer de suas decisões implicará em sofrimento. Qual dos sofrimentos será o menor: o de se decidir por um caminho, ou pelo outro. Meu coração parece olhar-me fixamente clamando por uma resposta. Eu olho-o de volta, esperando que ele me responda, mas ele está tão confuso quanto minha mente. É como andar no escuro, incapaz até mesmo de ouvir. Uma luz seria bem vinda, mas de onde ela poderia surgir... de onde..."
"Contradição: um pouco de mim, um pouco de ti, um pouco de nós."
Rafael de Araújo
Um comentário:
Talvez saber que somos todos contraditórios (sim, todos. Não existe um único homem sobre a face da terra que não o seja) acalme um pouco a nossa aflição.
Mas, isso que você chama de Contradição eu chamo de Ansiedade. Se vivêssemos com mais leveza e frescor, se parássemos de querer tudo, e querer entender tudo, acho que poderíamos nos divertir bastante.
E ainda evitar aquela gastrite, sabe?
Acredite: é bem mais fácil do que a gente imagina.
Grande abraço!
:)
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